As pessoas
podem sentir e descrever de diferentes formas. A maioria refere que o
"coração dá um salto" ou "parece que faz uma pausa" e
" depois dá um batimento mais forte". Por vezes podem dizer "que
acelera sem motivo" durante uns segundos. Outras vezes nem sentem nada e
apercebem-se ao medir o pulso ou a pressão arterial que o coração não bate
certo. Mas existem muitas formas de descrever que "coração não bate
certo".
Quando as
pessoas sentem que o coração não bate certo, na maioria das vezes ficam extremamente
preocupadas e procuram ajuda no médico assistente ou cardiologista.
Mas há
motivos para ficar preocupado?
Na maioria
das vezes não. O nosso coração apesar de ser uma "máquina" quase
perfeita não bate 100,0% certo. A maioria das pessoas podem ter num registo de
ECG de 24h (Vulgo Holter) batimentos irregulares. Os mais frequentes que são
também os mais benignos são "extrassístoles". São batimentos que
"vem antes do tempo" e que na maioria das vezes são seguidos de uma
"pausa" compensadora. Acontece que a maioria das pessoas (mesmo as tendo) não as
sente! Apenas uma pequena percentagem das pessoas as sente, e quando isto
acontece claro que ficam preocupadas. No entanto, na maioria das vezes são uma
entidade benigna.
E então o que
devem fazer?
Devem ir ao
médico assistente ou Cardiologista que lhe fará avaliação clínica. Sabemos que
tudo o que são estimulantes tais como café, chá, álcool ou drogas pode levar a
palpitações. A ansiedade, o stress e a falta de descanso são também fatores
precipitantes. E depois qualquer condição clínica (por exemplo Hipertensão
arterial, Angina de Peito, Hipertiroidismo, mesmo Enfarte agudo miocárdio entre outras) pode despoletar
palpitações, pelo que é obrigatório além de uma avaliação médica a realização
de um estudo analítico com função tiroideia. É também obrigatório realização de
eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma. Se as palpitações forem frequentes (e
sobretudo se forem demoradas) irá ser pedido também um Holter de 24h ou um
Registador de Eventos que são exames para tentar documentar a que correspondem
as palpitações.
Se a
avaliação clínica e os exames forem normais o prognóstico é excelente.
Ou seja, na
maioria das vezes o coração pode não “bater certo”, mas o que interessa é que “bata
bem”!!
Por outro
lado,
havendo documentação de alguma alteração será também uma oportunidade para
tratar. Por exemplo a Hipertensão arterial é uma doença que não estando
controlada pode levar a palpitações. O médico tratará sempre primeiro o fator precipitante,
sendo que se persistirem e condicionarem a qualidade de vida da pessoa, existem
vários tratamentos para eliminar a sensação de palpitações. O cardiologista explicar-lhe-á os tratamentos mais adequados.
Atenção que
sobretudo se as palpitações forem descritas como uma “aceleração que não passa”
devem ser avaliadas com maior urgência pois podem corresponder a arritmias cardíacas
que precisam de estudo e tratamento mais precoce.